anotações de uma cultura acelerada

O jogo de sueca

O jogador, para mitigar a perda, serviu-se daquele excelente Quinta da Leda 2001, degustando o desgosto, e puxou o cigarro para o canto esquerdo da boca, armando um ar circunspecto de quem disfarça o pânico contando o jogo. As naves que construia não serviam para ganhar; vogavam na maré baixa desfazendo-se ante as undae do mare.

Um dos adversários, imperturbável, com os dedos metálicos frios, via as limalhas de ferro macio jogadas sobre a mesa do jantar. Eram as cartas que deslizavam sobre a toalha de papel, cheia de nódoas. Não tinham sabido servir-se da cabidela.


com partes decalcadas de uma das grandes músicas em pt: "Sete Naves" Letra de Rui Reininho.

Blog de Pedro Lago

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