Artur Shamrock e Lucinda Sans-Script (16, digamos)
Conforme o pedido das 3 ou 4 pessoas que lêem este blog, fica aqui mais um posto da história de Shamrock. Avança-se para um club onde Shamrock discute filosofia e religião com companhia feminina.
O discussão centrava-se sobre o conhecimento. Seccionando o dharmavinaya, discernindo entre doutrina e disciplina, Shamrock propunha que não havia semelhante coisa como mau conhecimento (expressa na versão bilingue "there's no such thing as bad knowledge", soava a um refrão vegan rock comunitário-continental). Do outro lado, com maior nitidez, realçavam a realidade e explicavam "um conhecimento que não serve para nada, é mau". A questão estava estilizada sobre licenciar a LSE - London School of Economics, e o livre acesso dos aspirantes ao senado, passando das equipes B para a república. Shamrock sustentava que o conhecimento era sempre útil, focando o caso de um amigo que anotava num caderninho toda e qualquer forma de knowledge, configurado como contacto telefónico feminino, e que nunca se tinha dado mal com isso. Responderam-lhe com alusões à justiça divina e facturas de telemóvel e ele ficou calado. Transbordava sempre com a matemática, era português, sucedendo, e por ordem cronológica, falta de aporte de informação, mutismo, desvio de conversação (desconversação in extremis). O cálculo da qualificação para o Itália 90 (dificultado pela variável inconstante dos golos fora) fora a última grande operação de álgebra realizada e deixara-o sem grande vontade de aprofundar os estudos aritméticos. Entretanto, a insistência em materializar dados e as referências a escolas de pensamento orientais, eram rebatidas. À medida que somava normas de regência de bhikkhunis e simples "nãos", Shamrock alheava-se seguindo um esquema já tipificado em "my worlds getting bigger as my eyesight gets worse". Lucinda, do outro lado da mesa, citava Iris Murdoch, estabelecendo os degraus do conhecimento: a poesia que substituiu a oração, que por sua vez, substituiu a magia derrotada da infância. Não havia maneira nenhuma de sair do polígono (a discoteca era poliédrica) e o cinquenta cêntimos cantava: we gon' party like it's yo birthday / we gon' sip Bacardi like it's your birthday. Desistira da conversa enredado pelas mensagens subliminares da letra (sorvia o Rum Flavoured with Lemon em pequenos shots), o desinteresse pelos assuntos que as amigas de Lucinda tratavam e o echo delay na sua cabeça: poesia, oração, magia.
O discussão centrava-se sobre o conhecimento. Seccionando o dharmavinaya, discernindo entre doutrina e disciplina, Shamrock propunha que não havia semelhante coisa como mau conhecimento (expressa na versão bilingue "there's no such thing as bad knowledge", soava a um refrão vegan rock comunitário-continental). Do outro lado, com maior nitidez, realçavam a realidade e explicavam "um conhecimento que não serve para nada, é mau". A questão estava estilizada sobre licenciar a LSE - London School of Economics, e o livre acesso dos aspirantes ao senado, passando das equipes B para a república. Shamrock sustentava que o conhecimento era sempre útil, focando o caso de um amigo que anotava num caderninho toda e qualquer forma de knowledge, configurado como contacto telefónico feminino, e que nunca se tinha dado mal com isso. Responderam-lhe com alusões à justiça divina e facturas de telemóvel e ele ficou calado. Transbordava sempre com a matemática, era português, sucedendo, e por ordem cronológica, falta de aporte de informação, mutismo, desvio de conversação (desconversação in extremis). O cálculo da qualificação para o Itália 90 (dificultado pela variável inconstante dos golos fora) fora a última grande operação de álgebra realizada e deixara-o sem grande vontade de aprofundar os estudos aritméticos. Entretanto, a insistência em materializar dados e as referências a escolas de pensamento orientais, eram rebatidas. À medida que somava normas de regência de bhikkhunis e simples "nãos", Shamrock alheava-se seguindo um esquema já tipificado em "my worlds getting bigger as my eyesight gets worse". Lucinda, do outro lado da mesa, citava Iris Murdoch, estabelecendo os degraus do conhecimento: a poesia que substituiu a oração, que por sua vez, substituiu a magia derrotada da infância. Não havia maneira nenhuma de sair do polígono (a discoteca era poliédrica) e o cinquenta cêntimos cantava: we gon' party like it's yo birthday / we gon' sip Bacardi like it's your birthday. Desistira da conversa enredado pelas mensagens subliminares da letra (sorvia o Rum Flavoured with Lemon em pequenos shots), o desinteresse pelos assuntos que as amigas de Lucinda tratavam e o echo delay na sua cabeça: poesia, oração, magia.