Trópicos
Quando penso nos sherpa imagino toda uma eXistenZ dedicada ao ambiente. Isto é apenas um exercício abstracto, não quero realmente dizer aquilo que digo, mas os relatos da montanha são de tal forma impressionantes, o clima tão ulteriormente agreste, que muito pouco fica salvo da consagração absoluta ao meio envolvente. Todas as fantasias, todos os sonhos e ficções estarão, suponho, subjugados às exigências do pequeno mundo que os rodeia, cingidos à acção mínima e limite da sobrevivência.
Depois penso numa comunidade piscatória portuguesa. O mar domina as suas vidas, é mais ou menos óbvio, virtualmente tudo se lhe refere, desde a subsistência ao folclore, das canções aos desejos, numa metáfora ampla mas que não os reduz ao ar que respiram.
O meu conceito ambientalista é simples: o meio não nos serve, sem tropismos. Só estaremos completamente aclimatados, entregues à ordem animal, quando conseguirmos estragar tudo. Só aí seremos o campo de concentração da alma na defesa.