Shamrock (18)
Por vezes a matéria esgotava-se ou derivava (por ordem de chegada) e o resultado surgia sob a forma de um derrame de fonemas, porfiado numa espécie de urdus ocidental, variegado entre tons tristes, quase arraiolos, mas ainda em covent garden. Falava de si no espaço e tempo - oh clemência!, perorando indiferente à plateia, equilibrando-se em qualquer posição. Drunk at the pulpit mas sem beber, a finura de evitar cet obscur objet de la bourgeoisie - ouvir.
- Temos todos uma fé inabalável nas férias. É o último reduto.
[sorrisos]
- A sério! É o credo que trazemos na boca. Férias, férias, férias. Achamos que qualquer problema se resolve com férias, em férias e de férias.
[mais sorrisos, condescendência, ascendência e solitude]
Por um momento, Shamrock perdeu-se no plural, acontecia sempre que pensava numa estrutura pluridimensional tipo cubo. Désolé/A desolação fê-lo regressar às extrapolações moduladas a partir de si.
- Foi um quebranto. Ainda está relacionado com profecias antigas e cenas messiânicas. Duzentos anos de férias se chegarem à Índia. Mais trezentos se entrarem em Ceuta em cima de um cavalo com a espada na mão. Tudo à conta.
Continuou alternando factos da história com impressões digitalizadas até já ninguém o ouvir. Era outra vez seguro: desenrolavam-se outras conversas.